A arte da apreciação dessa bebida tão carregada de tradição e história se tornou o grande objetivo de muita gente. Não basta apenas sentar-se ao redor da mesa com os amigos, abrir uma garrafa de vinho e tomar como uma bebida qualquer, é preciso entender a riqueza de detalhes e nuances presentes em cada taça. Afinal, o vinho passa por processos que o tornam cada vez melhor, e o mais importante desses processos é o tempo. A dúvida que permeia a mente de muitas pessoas, questionando se “vinho, quanto mais velho melhor?” é completamente legítima e iremos esclarecê-la ao longo do artigo.
Vamos descobrir porque vinho velho é melhor e se, de fato, é, e como funciona a mágica que acontece no interior de cada uma das garrafas de vinho espalhadas ao redor do mundo.
Qual a origem do vinho?
O vinho é uma bebida histórica e presente nos registros desde o início da humanidade. Não há quem nunca tenha ouvido falar da presença do vinho em relatos bíblicos, por exemplo, ou quem nunca tenha visto alguma imagem de famílias inteiras pisando em uvas como tradição familiar.
A história do vinho é tão antiga que não existem registros exatos de quando ou onde ele surgiu. O que se sabe é que, provavelmente, o suco de uva fermentado tenha se tornado comum e agradável ao paladar do povo lá no Oriente Médio.
Existe, inclusive, uma lenda antiga que conta que uma antiga princesa, ao desmerecer o favor de seu rei, sentiu-se tão indigna e amargurada, que decidiu ingerir um suco de uva já velho, estragado, como meio de cometer o suicídio. O que aconteceu, porém, foi exatamente o contrário.
A princesa, alguns minutos depois de beber o suco, sentiu-se ainda melhor do que antes! Seu humor estava incomparavelmente melhor, e a ideia de suicídio nem lhe passava pela cabeça mais.
A princesa, inclusive, reconquistou o favor do rei, e desde então os persas – povo que acredita e dá o crédito da invenção da bebida a esta princesa – nunca mais deixaram de tomar o famigerado suco de uva “estragado”. E foi aí que começou a se espalhar a fala de que vinho, quanto mais velho melhor. Mas será que, de fato, vinho, quanto mais velho melhor?
É claro que, desde esse episódio até os dias de hoje, o suco de uva passou por vários processos de fermentação, estudos, pesquisas e muito mais, até chegar ao sabor que conhecemos hoje como o bom e amado vinho.
A riqueza da tradição das vinícolas no Brasil
A plantação e cultivo de uvas era bastante comum em países com climas mais frios, como França, Itália e outros países europeus. O clima e o solo desses países favorecia e muito o cultivo da fruta, facilitando ainda mais a produção e comercialização dos vinhos.
Em determinado momento da história, alguns imigrantes chegaram até o Brasil, e trouxeram consigo a tradição do consumo da bebida, porém não havia muitas opções de bons vinhos aqui, afinal o clima tropical do país não era tão favorável ao cultivo das uvas. De qualquer forma, eles sabiam e diziam a todos a quem pudessem interessar que vinho, quanto mais velho melhor. Mas até os dias de hoje é comum ouvirmos a seguinte pergunta por aí: vinho, quanto mais velho melhor?
Com muita dedicação e sabedoria, os imigrantes iniciaram uma fase de testes de diversas espécies de uvas, para encontrar a que melhor se adaptaria ao clima do Brasil. Assim, o cultivo de uvas e a produção do vinho no país foi crescendo e hoje o país é um dos grandes produtores de vinho no mundo.
O cultivo de diversas espécies de uvas é bastante comum no sul do país, onde o clima se assemelha bastante ao europeu, com temperaturas mais baixas e propícias para o crescimento das frutas.
Quanto mais velho o vinho melhor?
Independente do país de origem do vinho, ouvimos frequentemente que os vinhos antigos e conservados por longos anos são, de fato, melhores, quando na verdade, o mais correto seria questionar: vinho, quanto mais velho melhor? Mas será que isso é um mito ou, de fato, quanto o vinho, quanto mais velho melhor? Esta é uma crença bastante antiga, porém não é de todo verdade.
Usamos esta expressão, inclusive, como um elogio para as pessoas, quando queremos dizer que com o passar dos anos ela se torna mais bela e mais admirável. Porém, o vinho que evolui e se torna melhor com o tempo, é o vinho que tem estrutura e condições de evoluir. Mas o que isso quer dizer, de fato?
O vinho é composto, de maneira geral, por acidez e tanino, portanto se o nível de acidez contida no vinho for alta, e o tanino de excelente qualidade e potência, o vinho se tornará mais agradável ao paladar algum tempo depois de ter sido envasado. Isso porque o tanino, quando presente com mais expressividade e potência, torna a bebida “dura”, difícil de ser degustada, menos palatável.
Isso acontece porque o tanino é uma molécula com formato pontiagudo, e com o tempo vai tomando forma de polímero, ou seja, se dividindo em formato de moléculas menores. E, assim como uma pedra bruta é polida e ganha forma, tornando-se mais bonita e visualmente agradável, o tanino presente no vinho torna-se a mais suave e agradável no paladar.
Então, quando questionarem se “vinho, quanto mais velho melhor?” pode-se afirmar que há controvérsia.
Porque vinho velho é melhor: a resposta está no amadurecimento da bebida, na forma que o tanino assume e o quanto ele contribui para o bom sabor do vinho.
Porque vinho velho é melhor: exceção e não regra
Atualmente, é mais comum encontrarmos no mercado vinhos com menor tempo de maturação, ou seja, vinhos produzidos para serem consumidos em até dois anos após a fabricação. Esses vinhos respondem a tão comum pergunta, que questiona: “vinho, quanto mais velho melhor?”.
Novas técnicas de cultivo, produção, colheita e fermentação das uvas foram sendo colocadas em prática, e hoje as uvas permanecem nas parreiras pelo máximo de tempo possível, o que contribui consideravelmente com a qualidade dos vinhos, que já chegam ao mercado prontos para serem consumidos.
Portanto, ao ouvir que “vinho, quanto mais velho melhor?” você já sabe que essa regra não se aplica a todos os casos.
Vinho, quanto mais velho melhor? Uma dúvida legítima e válida
Sabemos que a tecnologia anda ao nosso lado, em diversas áreas do cotidiano: ela está presente nos eletrodomésticos, eletroeletrônicos, automóveis, e até nos alimentos e bebidas. A prova disso está no fato de que “vinho, quanto mais velho melhor?” é uma dúvida legítima e uma regra que se aplicava melhor aos vinhos do passado, quando as técnicas de produção de vinho não eram tão refinadas quanto as que conhecemos hoje. Agora quando seus amigos perguntarem porque vinho velho é melhor, você saberá muito bem como argumentar e poderá compartilhar todas as curiosidades apontadas neste artigo.
